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sábado, 16 de julho de 2011

O que celebramos na litúrgia - Cristo ou o Homem?



Caros Internautas,



Há alguns anos nossa igreja católica no Brasil passa por uma crise litúrgica, crise esta, diga-se de passagem, que afeta diretamente o povo de Deus. Ora, em nossos dias, a missa muita vezes deixou de celebrar o sagrado, o divino para centralizar, potencializar o ser humano – o homem, com isso, tudo o que deveria ser mais visível como “SACRAMENTUM” durante a celebração torna-se um show de sentimentos.



Claro, os sentimentos fazem parte da ação litúrgica, mas, celebrar a eucaristia não é somente isto, ir ao encontro de Cristo, não é somente senti-lo, mas, vive-lo. Nem sempre nós cristãos sentimos Ele, mas, sabemos o que temos de fazer – segui-lo, e correr ao seu encontro, como diz o poema de São João da Cruz, musicado por Irmã M. T. Kolling.



“Buscando meu Amor meu Amado, vou por montes e vales, sem temer mil perigos. Nem flores, colherei no caminho, pois segui-lo é preciso sem deter-me ou parar.”



Missas inculturadas, instrumentos barulhentos, repertórios não litúrgicos e profanos, são muitas das “aberrações” que vimos na nossa igreja, e diante de tudo isso nos perguntamos - onde está Cristo? O que realmente estamos celebrando? As nossas missas não possuem mais aqueles instantes de silêncio, é tudo barulho, som, som, e som. Possa ser que muitos bispos, padres, diáconos, religiosos e leigos possam discordar disto ou até mesmo alegar que isto não exista, para estes, a igreja está apenas seguindo as diretrizes do concílio vaticano II. Acredito que exista de fato uma má interpretação sobre as diretrizes do concílio Vaticano II sobre a liturgia.



A sacramentalidade da liturgia não se esvai com nenhum tipo de exagero cometido nas celebrações litúrgicas, mas perde o seu sentido, não se esvai porque o que mantém a igreja de Cristo no mundo é a Graça que é o seu Espírito, mas perde a sua identidade. A identidade litúrgica é o reflexo da nossa fé. A fé que professamos é cristologica, Cristo é o centro de tudo, Ele é o Senhor do cosmo, de tudo que existe. Tirar Cristo do centro é perde o sentido do que celebramos e o que somos.



Então, o que devemos fazer? O segredo é “Não dá murro em ponta de faca!” Este é o dito popular que não possui nenhum tipo de relativismo, o cristão sério, que busca sinceramente fazer as coisas com coerência à luz de Cristo, deve primeiramente fazer suas atividades dentro de sua comunidade ou paróquia, não tendo o intuito de mover “céus e terras”.



Para Deus agir na sua igreja, não é necessário o cristão pensar na realização de grandes atividades catequéticas, litúrgicas nas proporções diocesanas, regionais ou nacionais e nas repercussões que isto poderia causar, não! Deus também se faz presente e agi nas coisas que às vezes nós achamos insignificantes, quem move a igreja e as atividades dela não somos nós os cristãos é o espírito de Deus. Se pensarmos assim, estaremos cometendo o mesmo erro que paira na nossa Igreja e aí teremos mais presente à ideologia que o homem deve está no centro de tudo (Gnose) e sempre teremos o pretexto de relativizar as coisas dentro e fora da igreja. Então, qual é o nosso critério de sermos cristãos se pautar pelas novas “tendências e modas do mundo”? Ou alicerçar-se no evangelho de Cristo? Sendo “luz e sal da terra”.


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Arquivo redigido por Luciano Peixoto

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